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Medo do Colapso

Foto do escritor: LanternaLanterna

Em 2023 a Disney lança o filme "Elementos", trazendo a personagem "faísca" aos holofotes de um público pronto para se divertir com os elementos naturais do fogo, ar, água e ar personificados em criaturas curiosas.


Faísca, uma jovem de "fogo", vive com a família em um bairro à parte dos demais elementos, já que são muito conhecidos por destruírem tudo ao redor.


Não podendo ser diferente, a emoção raiva tem destaque como um dos atributos da personalidade dos seres de fogo, que mesmo diante de muitas qualidades, também são impacientes, estourados e impávidos!


Um dos principais desafios de 'faísca' é justamente controlar o seu temperamento para não afugentar os clientes da loja do pai, onde trabalha.


Em troca, o pai promete passar o negócio adiante para ela, mas desde que demonstre conseguir se controlar no dia-a-dia do comércio. Nada de brigas!


Entre cenas cômicas, e outras com certo tom de desespero, Faísca se perde em explosões de raiva seguidas de muita culpa e tristeza. Por conta da angústia de por tudo a perder, ela enfrenta o medo do colapso.


Até que ela descobre um dom criativo, exatamente pelo ímpeto explosivo! Então chegamos a grandes perguntas: para aliviar a angústia mudamos o ímpeto? O ambiente? ou o que fazemos do ímpeto em cada ambiente? Esses são pontapés legais para explorarmos o medo do colapso diante da integração da raiva ao self.


O medo do colapso desempenha um papel significativo na integração da raiva quando falamos de psicanálise, especialmente segundo a abordagem de Donald Winnicott.


Para compreender essa conexão, é importante primeiro entender o que é o medo do colapso na perspectiva winnicottiana. O medo do colapso seria uma ansiedade primordial que surge quando a continuidade do cuidado dos pais (cuidadores) é abalada, ou seja, há sensação de insuficiência (real/percebida) frente à uma necessidade emocional.


Sabendo que um "desestabilizador individual" pode comprometer uma "estrutura mais ou menos controlável", eu tenho fobia das oportunidades desestabilizadoras.


A palavra pode ser tomada como significando "o fracasso de uma organização de defesa" (1963) contra qualquer coisa que o indivíduo organiza como parte do seu eu (ego). O grande problema é que não há como se organizar contra o fracasso ambiental, pois não controlamos nada fora de nós!


Quando o ambiente falha nas condições de sobrevivência emocional do indivíduo "menor", resulta em uma sensação de desintegração ou de colapso iminente ("estou em perigo"). Quando as necessidades básicas não são atendidas, ou quando há uma falha na proteção e no suporte emocional, a raiva pode emergir como uma resposta natural.


Na integração da raiva na psicanálise, o medo do colapso pode ser explorado como a origem de uma resposta: vestindo-se do excesso de raiva ou de sua repressão.


Por exemplo, o medo de desintegração (desorganização de mim) pode levar o indivíduo a suprimir ou reprimir sua raiva como uma forma de evitar o colapso emocional.


Portanto, na integração da raiva na psicanálise, é importante explorar e lidar com esse medo subjacente para permitir que a raiva seja expressa e processada de maneira mais adequada.


Em resumo, o medo do colapso desempenha um papel crucial na integração da raiva na psicanálise, pois está intrinsecamente ligado à inadequação da vulnerabilidade emocional. "Não me sinto seguro sendo vulnerável", então extrapolo na fúria ou implodo essa "bomba".


Por exemplo, Faísca aprendeu ao longo do seu desenvolvimento que não pode sentir raiva, porque isso traz a consequência de não tocar os negócios do pai no futuro.


Mas quando Faísca encontra seu dom de usar o mesmo fogo para derreter vidro e criar arte, ela converte essa concentração de força em algo bonito, mas novo. Isso é integração.


Então já que não é proibido sentir raiva, o medo do colapso diminui. Isso significa integrar essa emoção ao repertório pessoal, sem descartá-la! :)


Com qual elemento você mais se identifica?




 
 
 

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