Quem é seu "eu" descansado?
Verena Kast, uma psicóloga com abordagem junguiana, escreveu sobre complexo paterno (1994) dentro da sua experiência clínica, separando os efeitos observados na vida de homens e mulheres, independente da sexualidade.
A maioria de nós, adentra a vida adulta reagindo complexadamente de acordo com as nossas socializações paterna e materna primárias.
Um complexo negativo é aquele em que a presença, ou a falta do cuidador, é massacrante no sentido de um desenvolvimento pessoal saudável.
No filme Autoconfiança (2023 - Netflix), Jake Johnson é Tommy, um homem que viu o pai abandonar a família há mais de trinta anos. Na saga, em que Tommy luta para se expressar romanticamente, dentre outros desafios, ele é encorajado pela própria percepção a jamais repetir o que o pai fez.
Nesse sentido, as escolhas do pai são leis maiores, que vão dominá-lo e orientá-lo por toda a vida, porém, como são negativas, são "leis do proibido", mandamentos do que ele jamais deve fazer.
Nas ações complexadas, mesmo que Tommy genuinamente um dia resolva deixar a família, ou se divorciar, pode ter dificuldades de se impor, por se manter fixo no complexo paterno negativo.
Por isso, acaba se tornando um escravo dessa autoridade (por afirmação ou negação), até que consiga se desenvolver por conta própria para além do complexo.
Se a relação com o pai foi negativa, o indivíduo pode internalizar uma visão destrutiva sobre poder e regras, perder sua autonomia e a autoconfiança, termo que, inclusive, dá título a esse filme dirigido e roteirizado pelo próprio Jake Johnson.
:)

Comments